Políticos e entidades criticam corte de 0,25 ponto da Selic

Políticos e entidades criticam corte de 0,25 ponto da Selic


Redução Tímida: Críticas e Perspectivas para a Recuperação Econômica

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir em 0,25 ponto percentual a Taxa Selic, juros básicos da economia, recebeu críticas de políticos e do setor produtivo. Na avaliação deles, a diminuição do ritmo de cortes prejudica a recuperação da economia. Políticos e entidades criticam corte de 0,25 ponto da Selic, apontando que a medida é insuficiente para estimular o crescimento econômico.

Em postagem na rede social X (antigo Twitter), a presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffman (PR), classificou de crime a diminuição dos juros em apenas 0,25 ponto. Além disso, Gleisi Hoffman também criticou a autonomia do Banco Central (BC) e a manutenção de membros deste banco indicados pelo governo anterior.

“É um crime contra o país a decisão do Copom, de cortar apenas 0,25 ponto da maior taxa de juros do planeta. Não há fundamento econômico para isso e houve divergência de quatro diretores nessa decisão. A inflação está sob controle e em queda, o ambiente de investimentos melhora, os empregos também. O nome disso é sabotagem. Contra o desenvolvimento, contra o Brasil. “A ‘autonomia’ do BC permitiu prolongar o mandato de uma direção bolsonarista, que faz política e oposição ao governo eleito pelo povo”, disse a parlamentar.


Setor produtivo: Reações à decisão do Copom

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a decisão do Copom não reflete o cenário atual de inflação, que está em queda e desacelerou em março. Nesta semana, a CNI tinha pedido que o BC cortasse os juros básicos da economia em 0,5 ponto percentual.

“Essa decisão, contudo, não condiz com a inflação controlada atual; portanto, inviabiliza o projeto de neoindustrialização com altas taxas de juros. Além disso, diminuir o ritmo de corte da taxa básica prejudica a chance do Brasil prosperar economicamente, gerar empregos e aumentar a renda”, declarou o presidente da entidade, Ricardo Alban.

Para a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a queda reduzida não está alinhada com o atual cenário econômico do Brasil. No entanto, em nota, a Firjan apontou que o processo de desinflação segue em curso. Além disso, a inflação cheia ao consumidor está dentro da margem de tolerância da meta, como mostram dados recentes. A nota acrescenta ainda que a manutenção da taxa de juros em níveis elevados “tem afetado a confiança dos empresários na economia brasileira. Isso, por sua vez, prejudica o investimento, essencial para o crescimento econômico sustentável”.

A entidade destaca que, em um cenário de instabilidade externa, marcado por conflitos geopolíticos e juros altos, o alinhamento entre políticas fiscal e monetária é fundamental. “A recente mudança das metas fiscais para 2025 e 2026 adiou o ajuste fiscal necessário para estabilizar a dívida pública. Isso influenciou as expectativas dos investidores e aumentou o risco-país”, mencionou. Nesse contexto, a Firjan considera crucial, portanto, reforçar a credibilidade fiscal, através de um esforço para a contenção de despesas.“Esse caminho abrirá mais espaço para juros baixos, promovendo, assim, um ambiente propício ao crescimento sustentável da atividade econômica”, conclui a nota. Políticos e entidades criticam corte de 0,25 ponto da Selic, ressaltando a necessidade de um ajuste fiscal mais rigoroso para criar um ambiente econômico favorável.

Já a Associação Paulista de Supermercados (Apas) lembra que fatores internacionais, como o atraso na diminuição dos juros nos Estados Unidos, levaram à diminuição da velocidade do corte. A entidade avalia que a medida ajudará a segurar a inflação, mas que pode prejudicar a atividade econômica. “A expectativa da Apas é que essa decisão do Copom produza um efeito no controle inflacionário. Por outro lado, deve impactar o ritmo de atividade doméstica”, destacou o economista-chefe da entidade, Felipe Queiroz.


Centrais sindicais

A diminuição no ritmo de cortes também recebeu críticas das centrais sindicais. Além disso, para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a desaceleração da queda da Selic aprofunda a carga pesada de juros sobre o governo e a população.

“Como nós sempre denunciamos, os juros extorsivos praticados pelo Banco Central impactam no desenvolvimento do país. Argumentam que é preciso controlar a inflação, mas a inflação já está sob controle e em queda, ainda que lenta”, destacou Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT.

Para a Força Sindical, a queda de apenas 0,25 ponto é pequena e insuficiente. Em nota, o presidente da entidade, Miguel Torres, disse que o Banco Central frustra os trabalhadores e se curva aos especuladores, beneficiando os rentistas.

“Vale destacar que juros altos sangram o país e inviabilizam o desenvolvimento. O pagamento de juros, por parte do governo, consome e restringe consideravelmente as possibilidades de crescimento do país, bem como os investimentos em educação, saúde e infraestrutura, entre outros”, destacou Torres.


Edição: Aline Leal

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Políticos e entidades criticam corte de 0,25 ponto da Selic

Políticos e entidades criticam corte de 0,25 ponto da Selic


Redução Tímida: Críticas e Perspectivas para a Recuperação Econômica

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir em 0,25 ponto percentual a Taxa Selic, juros básicos da economia, recebeu críticas de políticos e do setor produtivo. Na avaliação deles, a diminuição do ritmo de cortes prejudica a recuperação da economia. Políticos e entidades criticam corte de 0,25 ponto da Selic, apontando que a medida é insuficiente para estimular o crescimento econômico.

Em postagem na rede social X (antigo Twitter), a presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffman (PR), classificou de crime a diminuição dos juros em apenas 0,25 ponto. Além disso, Gleisi Hoffman também criticou a autonomia do Banco Central (BC) e a manutenção de membros deste banco indicados pelo governo anterior.

“É um crime contra o país a decisão do Copom, de cortar apenas 0,25 ponto da maior taxa de juros do planeta. Não há fundamento econômico para isso e houve divergência de quatro diretores nessa decisão. A inflação está sob controle e em queda, o ambiente de investimentos melhora, os empregos também. O nome disso é sabotagem. Contra o desenvolvimento, contra o Brasil. “A ‘autonomia’ do BC permitiu prolongar o mandato de uma direção bolsonarista, que faz política e oposição ao governo eleito pelo povo”, disse a parlamentar.


Setor produtivo: Reações à decisão do Copom

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a decisão do Copom não reflete o cenário atual de inflação, que está em queda e desacelerou em março. Nesta semana, a CNI tinha pedido que o BC cortasse os juros básicos da economia em 0,5 ponto percentual.

“Essa decisão, contudo, não condiz com a inflação controlada atual; portanto, inviabiliza o projeto de neoindustrialização com altas taxas de juros. Além disso, diminuir o ritmo de corte da taxa básica prejudica a chance do Brasil prosperar economicamente, gerar empregos e aumentar a renda”, declarou o presidente da entidade, Ricardo Alban.

Para a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a queda reduzida não está alinhada com o atual cenário econômico do Brasil. No entanto, em nota, a Firjan apontou que o processo de desinflação segue em curso. Além disso, a inflação cheia ao consumidor está dentro da margem de tolerância da meta, como mostram dados recentes. A nota acrescenta ainda que a manutenção da taxa de juros em níveis elevados “tem afetado a confiança dos empresários na economia brasileira. Isso, por sua vez, prejudica o investimento, essencial para o crescimento econômico sustentável”.

A entidade destaca que, em um cenário de instabilidade externa, marcado por conflitos geopolíticos e juros altos, o alinhamento entre políticas fiscal e monetária é fundamental. “A recente mudança das metas fiscais para 2025 e 2026 adiou o ajuste fiscal necessário para estabilizar a dívida pública. Isso influenciou as expectativas dos investidores e aumentou o risco-país”, mencionou. Nesse contexto, a Firjan considera crucial, portanto, reforçar a credibilidade fiscal, através de um esforço para a contenção de despesas.“Esse caminho abrirá mais espaço para juros baixos, promovendo, assim, um ambiente propício ao crescimento sustentável da atividade econômica”, conclui a nota. Políticos e entidades criticam corte de 0,25 ponto da Selic, ressaltando a necessidade de um ajuste fiscal mais rigoroso para criar um ambiente econômico favorável.

Já a Associação Paulista de Supermercados (Apas) lembra que fatores internacionais, como o atraso na diminuição dos juros nos Estados Unidos, levaram à diminuição da velocidade do corte. A entidade avalia que a medida ajudará a segurar a inflação, mas que pode prejudicar a atividade econômica. “A expectativa da Apas é que essa decisão do Copom produza um efeito no controle inflacionário. Por outro lado, deve impactar o ritmo de atividade doméstica”, destacou o economista-chefe da entidade, Felipe Queiroz.


Centrais sindicais

A diminuição no ritmo de cortes também recebeu críticas das centrais sindicais. Além disso, para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a desaceleração da queda da Selic aprofunda a carga pesada de juros sobre o governo e a população.

“Como nós sempre denunciamos, os juros extorsivos praticados pelo Banco Central impactam no desenvolvimento do país. Argumentam que é preciso controlar a inflação, mas a inflação já está sob controle e em queda, ainda que lenta”, destacou Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT.

Para a Força Sindical, a queda de apenas 0,25 ponto é pequena e insuficiente. Em nota, o presidente da entidade, Miguel Torres, disse que o Banco Central frustra os trabalhadores e se curva aos especuladores, beneficiando os rentistas.

“Vale destacar que juros altos sangram o país e inviabilizam o desenvolvimento. O pagamento de juros, por parte do governo, consome e restringe consideravelmente as possibilidades de crescimento do país, bem como os investimentos em educação, saúde e infraestrutura, entre outros”, destacou Torres.


Edição: Aline Leal

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